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Arquitetos: ENCORE HEUREUX Architectes
- Área: 11000 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Nicolas Trouillard, Cyrus Cornut
Descrição enviada pela equipe de projeto. Situado em Carmes de Clermont-Ferrand, França, desde o início da empresa no final do século XIX, o lugar adquiriu seu status de sede na década de 2000. O projeto, entregue em 2021, e realizado em parceria entre Encore Heureux Architectes, Construire e Base, visa concretizar a imagem do grupo em um espaço acolhedor, único e coeso ao mesmo tempo em que se insere em uma praça pública emblemática. A nova área de recepção da sede simboliza a reinvenção da Michelin, concebida para enfrentar os desafios do século XXI; um projeto e operação que foram concebidos a partir de uma perspectiva de economia circular, atenta aos impactos ambientais.
Uma nova identidade. Para responder ao desejo da Michelin de se renovar sem apagar o seu passado, o compromisso do projeto é oferecer uma extensão da atual sede em dois níveis. A extensão é dotada de uma nova fachada enérgica que busca valorizar sua estrutura histórica. O novo projeto conecta os edifícios atuais, ao mesmo tempo em que incorpora uma área de recepção e a entrada principal. Também funciona como uma interface permeável entre os espaços privados da empresa e a praça pública, esta última também reformada em um plano de desenvolvimento realizado pela cidade e pelo Grupo Michelin. Do esboço à entrega, a concepção do programa arquitetônico e do desenho do projeto decorreu no âmbito de um período de consultoria arquitetônica. Este método de presença contínua e acompanhamento no local permitiu uma maior compreensão da identidade do grupo ao introduzir uma prática consciente que reconheceu as necessidades dos residentes e adaptou o programa.
Um programa multifacetado e inventivo. O principal desafio do projeto foi conectar espaços heterogêneos entre si em uma união consistente destinada a receber milhares de visitantes diariamente. A estufa tropical, iniciada por Edouard Michelin na praça no início dos anos 2000, tinha um futuro incerto; foi preservada no programa arquitetônico e integrada à experiência do visitante. A estufa apresenta o logotipo, atuando como um símbolo dos valores do grupo de transparência e abertura para a cidade e o mundo.
A praça arborizada se estende até os limites da praça Carmes, equipada com móveis, vegetação e espelhos d'água para garantir o frescor no verão. O local, historicamente reservado aos funcionários da Michelin, agora oferece acesso público. Possui espaços expositivos versáteis, uma loja, o museu da estufa e o acolhedor Café Equateur. As áreas de trabalho são adaptadas a novos postos e métodos mais colaborativos, e a ordem do programa arquitetônico evolui para conduzir os visitantes da área pública aos espaços privados da empresa.
Um projeto ancorado nos desafios contemporâneos. Ele é mais do que um edifício de recepção. A sua estrutura responde a dois desafios principais: transparência e proximidade, por um lado, e baixa pegada de carbono, por outro. A escolha da transparência materializa-se na vasta fachada envidraçada, protegida do sol pelos toldos de madeira que cobrem os seus 160 metros de comprimento, que conferem, por sua vez, à nova sede uma identidade única. As curvas são predominantes em projetos arquitetônicos e móveis, refletindo as dos pneus Michelin.
O consumo de cimento era extremamente limitado, em favor de materiais locais, reaproveitados e de origem sustentável. Foi dada especial atenção à área local e, portanto, a esmagadora maioria das empresas que trabalharam na construção são locais. A utilização de materiais regionais foi um objetivo comum que visava implementar princípios construtivos simples sem comprometer o caráter industrial do local, como a utilização de aço para a estrutura, ou a decisão de tornar visíveis a malha e as caixilharias.
Conhecimento, qualidade e inovação são valores que a Michelin incorpora. Eles são totalmente compartilhados pelas empresas Encore Heureux e Construire que os infundiram no processo do projeto. O espaço simboliza os novos desafios enfrentados pela mobilidade sustentável, ao mesmo tempo em que ilustra a conexão que une a Michelin e a cidade de Clermont-Ferrand.